Diversidade e Literatura #03 – Coluna de Edilayne Ribeiro

Logo ASID Brasil

Diversidade e Literatura #03 - Coluna de Edilayne Ribeiro

Você sabia que o estudo da deficiência era chamado de “defectologia”?

O nome “defectologia” assusta um pouco, né? Mas, calma! Existe uma explicação e todo um contexto por trás – se quiser saber mais sobre terminologias antigas, sua inadequação e também sua importância na história, leia este artigo Você já imaginou como era o mundo sem inclusão e será sobre isso que vamos abordar no texto de hoje.

Ah, e haverá uma continuação deste tema na coluna do próximo mês, então continue acompanhando!

A defectologia foi uma teoria estudada por um autor chamado Lev Vygotsky, por volta do século XX, e nada mais é do que uma palavra equivalente à “deficiência”, que usamos hoje! Na época, contudo, a defectologia derivava de “defeito”, que era a forma que autores como Vygotsky se referiam à deficiência. Apesar de, atualmente, rejeitarmos o uso dessa palavra nos contextos da inclusão, isso não invalida a grandiosidade da teoria, que foi uma das primeiras a focar no potencial da pessoa com deficiência, em vez de em suas limitações. Vygotsky dizia “devemos estudar não o defeito, mas a criança com um determinado defeito”, isto é, a criança em sua totalidade, com seus aspectos físicos e emocionais, seus comportamentos, interação em sociedade, o próprio curso do desenvolvimento infantil, sua capacidade de compensação e adaptação, vontades, objetivos e habilidades, para além de sua deficiência. Isso nos faz lembrar muito do motivo pelo qual lutamos tanto para dizer “PESSOA COM deficiência”, não é verdade?

No próximo texto eu levantarei mais detalhes sobre a capacidade de compensação de adaptação das pessoas com deficiência, mas por ora quero destacar outro elemento que citei no parágrafo acima: a interação em sociedade.

Vygotsky era professor e pesquisador nas áreas de Psicologia, Filosofia e Literatura, além de ter passado por universidades de Medicina, Direito e História, e em todas essas áreas seu grande tema de estudo foi a interação social, tanto é que fundou a teoria sociointeracionista, cujo princípio era a interação social como contribuinte para o desenvolvimento cognitivo. Explico melhor: estar dentro de um ambiente coletivo, com convivência, mediação de outros atores (ex.: professores, livros, natureza, tecnologia…) e a cultura é o que ajuda a nos desenvolvermos!

E o que isso tem a ver com inclusão? Bom, tem tudo a ver!

Vygotsky dedicou grande parte de sua curta vida (ele morreu cedo demais: aos 37 anos!) para aplicar todos esses temas aos estudos da “defectologia”, defendendo que mais do que as características de uma deficiência, é o meio social que pode causar grandes prejuízos para a vida da criança com deficiência. Por exemplo: a medida que a criança com deficiência vai percebendo conceitos de “normalidade” e “anormalidade”, ou é afastada do convívio coletivo, ou é tratada como um “mini-adulto”, ou frequenta uma escola que a segrega de crianças sem deficiência, é aí que se intensificam os impactos da deficiência em sociedade, sendo muitas vezes o motivo para que se agravem sentimentos de inferioridade, rejeição, distanciamento de si e do outro, problemas psicológicos e muito mais.

Com isso, percebemos, de uma vez por todas, que o problema não está e nunca esteve na deficiência. O problema, ao qual devemos estar ativamente na luta por combater, é nos desdobramentos que uma característica física, sensorial ou intelectual podem ter em sociedade; o incômodo e o medo que isso gera; a dúvida; a falta de oportunidade; a falta de métodos de ensino especializados; o desrespeito pelos processos naturais de um ser humano; a não consideração de sua existência completa… a fragmentação, a segregação, o preconceito!

O autor propõe, portanto, que a colaboração coletiva (ou seja, a interação) seja uma forma de superar essas barreiras.

Em seu livro “Problemas da Defectologia” (traduzido para o português pela primeira vez em 2021), Vygotsky rompe com as definições médicas, pedagógicas e psicológicas da época, que se preocupavam apenas com a identificação de sinais, de “defeitos”, que constatassem uma deficiência, em vez de com os aspectos positivos da personalidade e das habilidades de alguém. Para o autor, as crianças com deficiência não têm nenhum atraso em seu desenvolvimento; elas apenas atingem o desenvolvimento de outro modo – e é essa a percepção que deve acompanhá-las pelo resto de suas vidas!

Edilayne Ribeiro 
ASID Brasil – 2023

 

RIBEIRO, Edilayne Marjori. A (in)visibilidade do inglês nos anos iniciais do ensino fundamental (6 A 10 anos): um estudo de produções científicas. 2023. 124 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2023. Disponível em: https://tede.utp.br/jspui/bitstream/tede/1944/2/A%20%28IN%29VISIBILIDADE%20DO%20INGLES.pdf.

Sobre a autora:

Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

A ciência da inclusão #03 – Coluna de Felipe Gruetzmacher

A ciência da inclusão #03 - Coluna de Felipe Gruetzmacher

A vitória das mulheres

O que potencializa os direitos das mulheres?

Este texto resume algumas das principais ideias do artigo “Why Women Won” (Porque as mulheres ganharam) de Claudia Goldin, ganhadora do Prêmio Nobel da Economia em 2023.

Essas ideias acadêmicas serão apresentadas na forma de um pitch corporativo. Assim, o empresariado, o terceiro setor e intelectuais terão maior facilidade em se conectar e estabelecer um diálogo. A combinação de esforços desses três setores facilitará a aplicação das descobertas da ciência econômica no empreendedorismo e ecossistema de impacto social.

O artigo “Why Women Won” menciona como as mulheres americanas conquistaram o direito de possuir propriedades, manter rendimentos, redigir contratos, documentos legais, gerenciar negócios e acessar educação escolar. Estes mesmos direitos se expandiram no século XX, incluindo votar em eleições federais, usufruir de igualdade nas escolas e trabalho, bem como escolher sobrenomes, fazer parte de júris, obter crédito e exercer controle sobre os corpos.

Assim, ocorreram avanços em termos de direitos das mulheres nos locais de trabalho, na educação e demais aspectos do cotidiano no final da década de 1960 e no início dos anos 1970. Tais ganhos estimularam o movimento das mulheres e iniciou a reivindicação e aprovação de mais direitos. A maioria desses direitos foram adicionados cerca de cinquenta anos depois que as mulheres conquistaram o direito de votar.

 Ou seja, a expansão dos direitos civis ocorrida no final dos anos 1960 estimulou a ampliação dos direitos das mulheres. O direito ao voto das mulheres veio acompanhado pela premissa de que o direito ao voto não pode ser negado em função da raça ou sexo.

Anteriormente, por exemplo, as mulheres enfrentaram terríveis discriminações entre os anos de 1950 e 1960, em se tratando de remuneração, contratação e progressão na carreira.

O movimento de reivindicação de direitos civis apoiou a organização das mulheres, além de fornecer estratégias jurídicas para demandar direitos específicos para as mulheres.

Leis foram criadas para esta finalidade, por exemplo. A autora do artigo menciona sobre as mudanças nas percepções das pessoas sobre os papéis desempenhados pelas mulheres na sociedade.

Somente no final de 1990 é que a maioria dos norte-americanos pensava que se podia confiar a gestão do governo, das empresas e indústria às mulheres.

Como ampliar os potenciais e as oportunidades das mulheres com deficiência?

Muitas empresas investem em projetos para apoiar mulheres com deficiência, mães de crianças com deficiência ou cuidadoras de familiares com deficiência. São projetos que ampliam a qualidade de vida das mulheres. Esse investimento para suprir demandas sociais deve acontecer prioritariamente pelo propósito empresarial de construir um mundo melhor e mais acessível.

Agora, muitos bons casos de projeto empresarial de impacto social podem ser inspirações para expandir os direitos das mulheres em variados contextos. É o terceiro setor atuando onde o Estado não alcança. Nesses pontos, estudos acadêmicos e pesquisas científicas podem fornecer o know-how necessário, capital humano e critérios técnicos para profissionalizar ainda mais a execução de projetos sociais.

Além disso, o apoio da comunidade acadêmica fornece credibilidade para os projetos sociais e pode até mesmo identificar as demandas sociais. Essa combinação de esforços entre comunidade científica, poder público, terceiro setor e empresariado pode facilitar a criação de leis para ampliar a qualidade de vida de públicos bem específicos como mulheres, por exemplo.

Fora isso, o impacto social gerado por essa combinação de esforços pode modificar muitas percepções das pessoas, consumidores e cidadãos. Todas as pessoas desejam as mesmas coisas: moradia, emprego, laços sociais, saúde e possibilidades de crescer na vida. Por isso, é imprescindível que todos os públicos estejam com interesses alinhados para expandir direitos e demandar soluções empresariais capazes de melhorar o dia a dia das pessoas. 

Um bom exemplo disso é a flexibilização de horários para que mães possam conciliar jornadas de trabalho e rotina pessoal. Só essa medida gera resultados positivos para variados perfis de mulheres, não importando classe social, raça, sexualidade ou se a criança cuidada tem deficiência ou não.

Agora, esse contexto citado demandaria repensar a área de RH, modernizar direitos trabalhistas e a possibilidade da mulher em planejar a própria carreira. Nessa economia mais acessível e acolhedora, ganharão as empresas, organizações públicas e do terceiro setor que atenderem melhor clientes, cidadãos e colaboradores. O mérito de entregar melhores soluções prevalecerá. 


Felipe Emilio Gruetzmacher 
ASID Brasil – 2023

Referências:

GOLDIN, Claudia.Why Women Won. National Bureau of Economic Research, Cambridge, Oct. 2023.

https://www.nber.org/system/files/working_papers/w31762/w31762.pdf

 

Sobre o autor:

Felipe Gruetzmacher é um escritor que acredita muito no potencial de combinar ciência, esforços empresariais e projetos sociais. Tem interesse em estudar como essas três partes podem colaborar entre si.
Se você é algum empresário, organização do terceiro setor ou cientista e quer cocriar conosco, deixe seu comentário!

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Inovação Social #03 – Coluna de Leonardo Mesquita

Inovação Social #03 - Coluna de Leonardo Mesquita

As engrenagens de uma inovação social

No final do ano de 2023 recebi o contato de uma parceira da Comunidade Conexões que estava em busca de apoio para reorganizar sua instituição. Suas lideranças sentiram a necessidade de encontrar um novo modelo de negócio para a organização. Iniciamos então nossas primeiras conversas.

Ao compreender melhor os desafios, entendi que ela possuía uma grande estrutura, com vários tipos de atendimentos e projetos, e que um bom caminho para enfrentar esse desafio seria entender a organização como um conjunto de modelos de negócio, ou melhor, que cada projeto da organização talvez tenha um modelo mais indicado.

Com essa abordagem, quebramos o desafio em partes menores, mais gerenciáveis e com margem para adequar algumas especificidades e definir prioridades. Mais do que encontrar uma solução única (e às vezes mágica para a instituição como um todo), buscamos encarar tudo como um projeto, independentemente do seu tamanho e entendendo que cada um desses projetos irá demandar por recursos financeiros, pessoas, metodologias e tempo.

Lembro que, em uma das conversas, chegamos a uma reflexão de que seria melhor “entender e mexer nas engrenagens do que no sistema como um todo”. Essa frase me marcou naquele momento e me conectou com uma outra metodologia do meio corporativo que conheci anos atrás e que agora busco um paralelo com o setor social: “Os Dez Tipos de Inovação”.

Essa metodologia é de autoria de Larry Keeley, Ryan Pikkel, Brian Quinn Helen Walters, disponibilizada no livro dos mesmos autores intitulado “Dez Tipos de Inovação, A Disciplina de Criação de Avanços de Ruptura” (DVS EDITORA).

O livro traz a ideia de que uma empresa pode inovar de diversas maneiras para aumentar sua produtividade ou competitividade. Não dependendo apenas de uma “sacada genial” ou um “produto disruptivo”. Podemos segmentar toda a sua estrutura e olhar para essas segmentações como potenciais campos de inovação.

Os dez tipos de inovação são separados em três categorias: Configuração, Oferta e Experiência. Os tipos de inovação são organizados nessas categorias como na lista a seguir:

  1) Configuração

  • Modelo de lucratividade: Como a empresa ganha dinheiro.

  • Rede: Como a empresa se conecta com os outros.

  • Estrutura: Como a empresa é organizada.

  • Processo: Como a empresa faz as coisas.

      2) Oferta
  • Desempenho do produto: Como o produto funciona.

  • Sistema do produto: Como o produto é composto.

      3) Experiência
  • Serviço: O que a empresa faz por seus clientes.

  • Canal: Como a empresa entrega seus produtos e serviços.

     

  • Marca: Como a empresa é percebida pelos clientes.

     

  • Envolvimento do cliente: Como a empresa interage com os clientes.

Com isso, a metodologia nos permite identificar oportunidades de inovação, desenvolver novos produtos e serviços e melhorar os produtos e serviços existentes.

Voltando para nosso caso inicial, quando citamos a ideia “engrenagens de um sistema”, logo lembrei dos Dez Tipos de Inovação e como poderíamos quebrar aquele desafio em segmentos menores. A partir dessa segmentação, compreender em cada projeto as suas estruturas, processos, custos e oportunidades de financiamento.

É interessante uma atenção para os aspectos de experiência dos “clientes” ou, nesse caso, das famílias atendidas pela organização. Entender as oportunidades de melhoria considerando as categorias citadas acima e ajustar as engrenagens para que esse grande sistema continue gerando impacto social e transformação local e de uma forma sustentável.

Sobre o autor:

Leonardo Mesquita é especialista em Gestão de Projetos Sociais e certificado em Lideranças de Inovações Sociais. É graduado em Engenharia de Computação e há 7 anos atua na ASID Brasil, liderando articulações de comunidades e processos de inovação social dentro da causa da pessoa com deficiência. Já esteve envolvido na coordenação de programas de voluntariado. Léo escreve sobre inovação social, ODS e como conectamos essas pautas com a causa da pessoa com deficiência.

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

2023 de muita aliança pela inclusão!

Nos encontramos em 2024
Nos encontramos em 2024

2023 de muita aliança pela inclusão!

O fim do ano chegou!

Ao fazermos uma retrospectiva, corremos o risco de nos surpreender com tanta coisa que aconteceu em 2023, quer ver só?!

Foram 23 projetos executados ao longo do ano e que fomentaram a inclusão social e econômica da pessoa com deficiência.

Fizemos alianças para a inclusão em pelo menos 84 cidades do Brasil via Comunidades ASID e 31 delas receberam o impacto das soluções ASID Brasil. E, falando em viagens, a equipe ASID comemorou os 13 anos da organização juntinha em Curitiba!

A ASID “saiu de casa” e participou de eventos e mobilizações importantes para o ecossistema social. Participamos de eventos importantes como FIFE, GIFE, reuniões de conselhos municipais, eventos na intensa São Paulo, Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo em Brasília e ainda marcamos presença em NY, com o Camp 2030

Aliados e aliadas da causa nos ajudaram a conquistar o Prêmio Aplaude via votação popular. E, ainda conquistamos o Selo Sesi ODS 2023 com a Solução Mais Educação.

Fomos contemplados com os recursos do Nota Curitibana, além da doação via MorangoFest (bolo Pavlova maravilhoso!).

E falando em maravilhoso, celebramos o jogo do Athletico com 14 pessoas com deficiência representando o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência em pleno caldeirão.

Chegamos no fim do ano com um livro e um E-book Inclusão e Diversidade lançados. Além disso,  reconhecemos às empresas aliadas em um bonito evento presencial, e nossos embaixadores e colunistas ASID bombaram nas redes sociais!

E à você, queremos agradecer. Esperamos que, junto dessa breve retrospectiva, você se lembre e sinta o quão importante é para a ASID Brasil.

A sua conectividade com a causa da pessoa com deficiência transforma a sociedade para ser inclusiva, democrática e diversa.

Obrigada por 2023.
Nos encontramos em 2024.

Grande abraço, equipe ASID 

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

A ciência da inclusão #02 – Coluna de Felipe Gruetzmacher

A ciência da inclusão #02 - Coluna de Felipe Gruetzmacher

O que a ciência diz sobre si mesma?

Como a produtividade da ciência é medida?

Este texto foi escrito com o intuito de resumir os principais pontos do artigo “A avaliação da produtividade científica”. Os autores são Marcos Antônio Mattedi e Maiko Rafael Spiess.

 

Essas principais informações científicas serão reunidas num pitch corporativo. O propósito é reescrever a ciência com palavras empresariais para atrair a atenção da intelectualidade, empreendedores e a pauta da pessoa com deficiência. Entender como a atividade científica é mensurada pode fornecer bons insights sobre a posição dela no contexto do ecossistema de inclusão.

O artigo “a avaliação da produtividade científica” traz muitas respostas para a pergunta acima. Cientistas divulgam pesquisas através da escrita de artigos científicos. Assim, eles publicam os mesmos em revistas acadêmicas. Algumas revistas são mais prestigiadas e reconhecidas do que outras. Logo, o propósito do cientista é publicar uma certa quantidade de artigos em revistas de enorme relevância e numa certa quantidade por ano.

Então, o artigo científico ocupa um lugar central para mensurar a produtividade dos cientistas, por exemplo. Se a revista que citou algum estudo é relevante e reconhecida, maior é o impacto do mesmo estudo, assim como maior produtividade do cientista. 

Além disso, o pesquisador almeja que seu estudo seja citado em artigos de outros cientistas, o que agrega para a produtividade dele. O cientista bem avaliado pode acessar recursos como: financiamento, bolsas, recrutar outros pesquisadores, ganhar prêmios e alcançar maiores níveis na carreira.

 Logo, a primeira questão é: Esse jeito de mensurar o desempenho dos cientistas pode reforçar monopólios de recursos. Afinal, cientistas que têm acesso a esses recursos podem avançar na carreira acadêmica com maior rapidez e velocidade do que os demais. Agora, como fazer ciência sem acesso a recursos estratégicos? Infelizmente, na maioria dos casos, todo o esforço do cientista está centrado na escrita do artigo.

Este “produto final” é o item mais valorizado na pesquisa científica, o que “apaga” todo o contexto anterior vivenciado pelo cientista no dia a dia.

Essa valorização do artigo científico levanta uma outra questão: como estimular e valorizar todas as formas de pesquisa científica?

Estudiosos e cientistas poderiam ser amplamente beneficiados por uma nova forma de avaliar o trabalho deles. Para tanto, essa nova forma deve promover a investigação das situações em que cientistas trabalham e não só o produto final, o artigo. É entender o contexto completo.

Exemplos desse novo tipo de avaliação podem ser citados:

 

  • Cientistas de renome e amadores podem atuar em equipe, analisando um mesmo problema;

  • Organizações de pacientes podem atuar como “especialistas leigos”, fornecendo sabedoria prática sobre doenças, o que gera insights inéditos para médicos. Todo esse trabalho envolve muita colaboração.

Enfim, a agenda de pesquisa científica deve englobar mais partes interessadas na produção científica, redefinindo o trabalho dos cientistas, assim como a função do artigo como método de divulgação. Isso tudo envolve levar em consideração o cotidiano, o contexto e as partes interessadas na ciência na avaliação do trabalho científico e não só o resultado final. 

Ponto de conexão

A conexão entre o terceiro setor e o pitch

Em muitos contextos, projetos de inclusão do terceiro setor focam muito mais em números e indicadores. Cabe perguntar: esses indicadores refletem a transformação entregue para a vida das pessoas com deficiência? Como mensurar essa transformação, já que é algo mais qualitativo? O terceiro setor pode colaborar com cientistas para a realização de estudos que embasam projetos de inclusão.

Com isso, o trabalho dos acadêmicos ganharia credibilidade por trazer benefícios mais tangíveis para a causa da pessoa com deficiência. O critério científico poderia trazer boas ideias para mensurar a transformação entregue.

Além disso, o empresariado poderia investir em projetos do terceiro setor, pois ele seria amparado pela comunidade científica. Esse quadro representaria o alcance de resultados sociais ainda mais robustos e facilidade para captar investimento para a ciência e os projetos de inclusão. Assim, seria muito mais fácil democratizar recursos para estudos acadêmicos e valorizar variados perfis de pesquisa científica, garantindo acesso e equidade.

 Ciência mais valorizada significa mais conexão com o mercado, o que pode facilitar o atendimento do ODS 8 (trabalho decente e crescimento econômico).  Até porque, geralmente, cientistas trabalham em Universidades. Ensino superior valorizado significa criação de novas tecnologias, oferta de mão de obra especializada e facilidade para conectar oferta e demanda num mercado de trabalho.

 Como sugestão e direcionamentos, caberia desenvolver essa reflexão sobre como mensurar o impacto de projetos de inclusão e a produtividade da ciência. A discussão não se encerra aqui! Novas ideias precisam ser estudadas para aprofundar o debate.

 


Felipe Emilio Gruetzmacher 
ASID Brasil – 2023

Referências:

¹ MATTEDI, Marcos Antônio; SPIESS, Maiko Rafael. A avaliação da produtividade científica. História, Ciência, Saúde-Moranguinhos, Rio de Janeiro, ano 24, n. 3, Jul-Sep. 2017
Disponível em: https://www.scielo.br/j/hcsm/a/sCRMkkBq6fy9WmgkgqR53Xy/?lang=pt#

 

Sobre o autor:

Felipe Gruetzmacher é um escritor que acredita muito no potencial de combinar ciência, esforços empresariais e projetos sociais. Tem interesse em estudar como essas três partes podem colaborar entre si.
Se você é algum empresário, organização do terceiro setor ou cientista e quer cocriar conosco, deixe seu comentário!

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Diversidade e Literatura #02 – Coluna de Edilayne Ribeiro

Diversidade e Literatura #02 - Coluna de Edilayne Ribeiro

A coluna Diversidade e Literatura, escrita por Edilayne Ribeiro, busca conectar a literatura da pauta de diversidade e inclusão. Todo mês, Edilayne seleciona uma obra literária e traz sua análise pessoal, compartilhando importantes pontos de reflexão.

Na Coluna de Dezembro, Edi traz reflexões de uma obra de 2019, chamada “Entre a surdez e a língua: outros sujeitos… novas relações (intérpretes e surdos desvelando sentidos e significados)”, de Silvana Elisa de Morais Schuber.

Qual é a relação entre a surdez e a língua?

Entre a surdez e a língua existe um vasto mundo de experiências, identidades e, principalmente, relações.

E é exatamente este o nome – “Entre a surdez e a língua: outros sujeitos… novas relações (intérpretes e surdos desvelando sentidos e significados)” – de um livro de 2019 escrito por Silvana Elisa de Morais Schubert, autora que se debruça aos estudos da educação inclusiva, mais especificamente a educação de surdos e a/o intérprete no contexto educacional.

Ao pensar em deficiência auditiva, logo pensamos em conceitos (“o que é essa deficiência?”) ou terminologias (“é errado falar ‘surdo-mudo’?”); também nos vem à cabeça preocupações com boas práticas (“como vou me comunicar com uma pessoa surda?”) e lembretes pro futuro (“preciso aprender Libras urgentemente!”), mas pouco tempo se dedica a realmente conhecer a realidade da comunidade surda, sua história, seus interesses, suas particularidades e suas relações.

Neste artigo, não falarei sobre a deficiência auditiva em si. (Para mais referências no assunto, consulte nosso ebook!). Quero, entretanto, compartilhar as reflexões mais marcantes que o livro me trouxe, especialmente por seu diferencial: a relação da pessoa surda com sua ou seu intérprete, em contextos educacionais, como a interpretação em Libras durante aulas nas escolas ou faculdades. Para analisar isso, a autora entrevistou sete intérpretes e oito pessoas surdas universitárias (e o mais legal de tudo é que as entrevistas estão transcritas na íntegra no final do livro!), e abaixo eu apresento alguns dos temas que mais emergiram dessas conversas.

Vale ressaltar que o livro aborda o contexto educacional, o que significa que as reflexões poderiam se modificar caso estivesse sendo abordada a interpretação em Libras em um evento ou em um vídeo, por exemplo.

Afeto: geralmente se dá um grande enfoque à técnica e à qualidade, mas quase não lembramos que, apesar desses itens serem importantes, existe algo que permeia o momento da interpretação em Libras em contextos educacionais: o afeto! Algumas pessoas entrevistadas mencionam que a confiança (ou a falta dela), bem como comportamentos éticos ou antiéticos da/o intérprete, interferem muito no contato e no dia-a-dia educacional. O vínculo afetivo, portanto, é a primeira grande construção que se faz nessa relação, e que deve ser melhor explorada na atuação desses profissionais.

Neutralidade: uma das regulamentações do Código de Ética da/o intérprete em Libras é manter a neutralidade em seu trabalho. Essa neutralidade diz respeito primeiramente às roupas e acessórios, pois é importante que use, por exemplo, roupas pretas, não esteja com joias ou estampas chamativas, faça uso de esmaltes em cores mais neutras, etc, para não desviar ou cansar a atenção da pessoa surda. Mas, outro ponto que a neutralidade aborda é a de opiniões. Será que é possível manter opiniões neutras durante a interpretação? Algumas e alguns intérpretes preferem ter uma abordagem mais tradicional e interpretar apenas o que é dito pelo/a professor/a, mas outros profissionais discordam dessa possibilidade, afirmando que não tem como se isentar completamente do sujeito intérprete, pois, conforme diz uma das entrevistadas, “nenhum discurso é completamente neutro”, já que “sempre há a influência de quem fala e da experiência de quem traduz”. Tradutores e intérpretes são sujeitos sócio-históricos, com ideias, desejos, valores, cultura, opiniões políticas e sociais, e etc, e, sendo o seu instrumento de trabalho a comunicação, essas características acabam impactando de alguma forma. Então, a neutralidade deve ser um questionamento importante para pensar o limite e a consequência de envolver muito mais do que uma tradução literal de informações.

Atuação pedagógica: na interpretação em Libras educacional, os outros atores da escola são muito importantes também! Vale considerar que aluna/o e intérprete não estão sozinhas/os nesse contexto, isto é, as e os professores precisam entender a importância dessa relação; a equipe pedagógica precisa decidir com cuidado em situações de necessidade de troca de intérprete; as e os colegas de sala devem agir com respeito e paciência no processo de inclusão; dentre outros. Aqui, conclui-se que todas e todos devem participar de uma educação inclusiva, para que cada aula, cada conteúdo, cada dúvida e explicação tenham sentido dentro e fora da escola ou faculdade.

Chegando ao fim dessas reflexões, não se pode esquecer que isso não estaria sendo colocado em pauta se não fosse o fato de que a/o intérprete é um direito da pessoa surda! Contudo, ainda se discute qual é o seu real papel nessa relação. No livro, reflete-se sobre a pessoa intérprete como uma ponte de ligação, questiona-se sobre ser também educadora ou apenas alguém que traduz… Mas, a conclusão que eu mais me apoio é: o profissional intérprete é um mediador de mediações! Não exerce protagonismo na história da pessoa surda, mas caminha ao seu lado sendo um dos principais participantes dela, tendo a língua de sinais como papel determinante.

Outros desdobramentos do livro – e que aqui eu menciono para dar o gostinho de “quero mais”! – são sobre a falta de reconhecimento legal e salarial do profissional intérprete; a história da educação surda e a origem desse profissional; a dependência existente nessa relação (quem depende de quem? Se a pessoa surda desaparece, o profissional de Libras também desaparece? Mas, por outro lado, sem o profissional intérprete, a pessoa surda corre o risco de estar silenciada nesses espaços?), e muito mais.

A língua de sinais, assim como toda língua, desempenha um papel central na construção da identidade e da cultura das pessoas. Neste caso, a Libras é a chave para a relação da pessoa surda com as demais pessoas, sua efetiva inclusão na sociedade e afirmação de sua autonomia. Mas, para além disso, a relação entre a surdez e a língua também aborda reflexões sobre igualdade de direitos, diversidade linguística, cultura, o caminho (ainda longo) a ser trilhado na educação inclusiva, e outros mundos que leituras com essa permitem que a gente acesse!

Edilayne Ribeiro 
ASID Brasil – 2023

Agradecimento especial à Lariessa Sampaio (colega e pessoa surda) e Bruna Garcia (colega e intérprete de Libras), que contribuíram na leitura deste texto antes de sua publicação.

Sobre a autora:

Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Inovação Social #02 – Coluna de Leonardo Mesquita

Inovação Social #02 - Coluna de Leonardo Mesquita

Quero compartilhar na coluna deste mês uma experiência que tive ao conversar com uma parceira da Comunidade Conexões, a comunidade da ASID Brasil que reúne lideranças e profissionais que atuam na causa da pessoa com deficiência em todo o Brasil.

Essa parceira solicitou uma agenda comigo para compartilhar um desafio que ela estava vivenciando na organização onde atua. Esse convite veio logo após a nossa Oficina de Inovação Social, onde fizemos algumas reflexões sobre demandas sociais, geração de ideias e modelagem de projetos. 

Ela trouxe a seguinte observação: muitas mulheres que frequentam a instituição, todas elas mães de alguma pessoa com deficiência atendida naquele local, passavam horas na organização aguardando o fim dos atendimentos dos filhos, interagiam pouco entre si, ficavam muito tempo no celular, entre outros comportamentos. A partir dessa observação, ela me perguntou sobre o que poderia ser feito para que essas mulheres utilizassem melhor esse tempo. Ela estava cheia de ideias, como por exemplo, criar alguma formação, algo relacionado à geração de renda, trazer alguma nova ocupação enquanto elas aguardavam os atendimentos.

Achei interessante essa observação e a preocupação dela em criar novas oportunidades para essas mulheres. Mas senti a necessidade de avançarmos em um outro sentido: Essa necessidade é de quem? É uma necessidade da pessoa observadora ou do público observado?

Vou aprofundar com você essa questão.

Necessidade de quem?

Quando atuamos com esse tipo de observação de demandas sociais, não podemos esquecer que estamos observando sob a ótica de nossos vieses. Por esse motivo, neste exemplo, é interessante questionar se a necessidade é daquelas mulheres ou na verdade é uma demanda ou necessidade da pessoa que observa e lidera o projeto social. 

Esse é um ponto de partida fundamental, onde nos conectamos com uma nova demanda. O próximo passo é investigar melhor esse contexto.

Começamos então a pensar sob a perspectiva do público observado. Com isso, chegamos a algumas hipóteses que compartilho a seguir.

  1. Por que essas mulheres ficam na instituição todo esse tempo? Há mulheres que apenas deixam os filhos na instituição e seguem para outros lugares e atividades?

    A líder da instituição compartilhou que o contexto dessas famílias é de vulnerabilidade socioeconômica. Assim, elas utilizam um transporte público e gratuito que elas têm direito para ir até a organização. Para muitas delas, voltar logo em seguida não é uma opção, já que isso teria um custo extra. Com isso, a permanência dessas mulheres se dá pela necessidade de utilizar o ônibus gratuito que fica disponível apenas no final do período da manhã ou da tarde.

    Então chegamos a uma nova hipótese de que talvez algumas dessas mulheres podem não desejar estar o tempo todo naquele local. Será que elas gostariam de usar esse tempo em outras atividades, em outros lugares?

  2. Considerando a hipótese de que elas não têm outra escolha a não ser esperar o término dos atendimentos, o que essas mulheres pensam ou sentem de fato? Elas foram ouvidas em algum momento?

  3. Por outro lado, em um contexto onde os filhos estão bem acompanhados pelos profissionais da instituição, será que esse não é um dos poucos momentos em que elas podem descansar ou usar o tempo para acessar a internet, aplicativos, conversar com amigos e familiares? Será que ao invés de ocupar o tempo com formações ou trabalho, um certo descanso momentâneo não é o melhor dos cenários?

    A partir dessas novas questões, começamos a gerar novas ideias. Por exemplo, a ideia de trazer atividades focadas no bem estar, saúde, no descanso, rodas de conversa. Ainda, considerando o desafio com relação ao deslocamento dessas mulheres, comentamos a possibilidade de um projeto focado em transporte gratuito para elas, diminuindo o tempo de permanência da organização. Perceba que abrimos novas possibilidades aqui.

    Concluindo a conversa com ela, compreendemos que, antes de pensarmos em projetos, em ideias, é fundamental a compreensão da demanda social e a participação ativa do público a ser beneficiado. Pesquisas, conversas, uma compreensão maior dos comportamentos e rotinas do público, são passos importantes para tirarmos conclusões e mitigar o efeito de nossos vieses sobre uma solução. Claro que, ao executar esses passos, essa parceira poderia chegar à conclusão de que sua ideia e hipótese inicial eram válidas e, de fato, ela deveria seguir um caminho de oferta de formações para essas mulheres. A diferença aqui é que a demanda foi validada e não é apenas uma idealização. 

Ler nas entrelinhas

Na semana seguinte à nossa conversa, mediamos um Encontro de Impacto com nossa Comunidade Conexões. O tema era Diagnóstico Social e trocamos algumas práticas e ferramentas. Em uma das discussões surgiu o termo “ler nas entrelinhas”. De fato, essa etapa inicial de investigação de uma demanda social exige essa leitura nas entrelinhas. Exige uma atenção para além daquilo que estamos observando. E, principalmente, exige uma curiosidade em buscar as raízes daqueles contextos.

O Encontro de Impacto sobre Diagnóstico Social foi facilitado pela Amanda Gogola, líder do portfólio de educação na ASID Brasil. Você pode conferir a gravação na íntegra neste endereço.

Se você e sua equipe estão nesta fase de diagnosticar alguma demanda social, aqui vão algumas dicas:

  1. Busque uma gestão participativa, envolvendo diferentes públicos relacionados com a demanda em questão;

  2. Pesquise, converse com o público envolvido. Preste atenção para que você não entre em julgamentos nesta etapa. Toda informação é válida sem a necessidade de tirar conclusões ainda;

  3. O modelo dos “5 Porquês” é uma boa forma de aprofundar nestas conversas e observações;

  4. Estruturar essas informações em uma “árvore de problemas” pode ajudar a compreender melhor as relações de causas e efeitos;

  5. Foque nas necessidades, comportamentos, rotinas e expectativas do público-alvo. Ferramentas como o Mapa da Empatia, Canvas da Proposta de Valor, Jornada ou Experiência de Usuários, são boas ferramentas para ajudar nessa etapa. Você pode conhecê-las aqui neste endereço;

  6. Use um “mapa de priorização de problemas” para ajudar em um plano de ação e na definição qual demanda específica será alvo da sua intervenção.

Todas essas informações poderão ser usadas também para elaboração de projetos e editais, apresentações para captação de recursos, definição de indicadores de impacto social, alinhamento com equipes de projetos e alinhamento com a comunidade local beneficiada.

Na próxima vez em que você se deparar com alguma demanda local, investigue, converse e, claro, leia nas entrelinhas.

Leonardo Mesquita
ASID Brasil 2023

Sobre o autor:

Leonardo Mesquita é especialista em Gestão de Projetos Sociais e certificado em Lideranças de Inovações Sociais. É graduado em Engenharia de Computação e há 7 anos atua na ASID Brasil, liderando articulações de comunidades e processos de inovação social dentro da causa da pessoa com deficiência. Já esteve envolvido na coordenação de programas de voluntariado. Léo escreve sobre inovação social, ODS e como conectamos essas pautas com a causa da pessoa com deficiência.

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Conheça 5 motivos para investir em Voluntariado corporativo na sua empresa

Atuando pela mudança
Atuando pela mudança

Motivos para investir em Voluntariado Corporativo

Uma organização, quando lança um projeto, quer estimular mudanças e melhorar a qualidade de vida das pessoas. É uma entrega de robusta transformação social.

O propósito da ASID Brasil, por exemplo, é consolidar uma cultura inclusiva, derrubar barreiras e naturalizar as diferenças. Abraçamos a diversidade e acolhemos a pauta da pessoa com deficiência. 

Uma das formas de fazer isso é através do voluntariado corporativo. A parceria entre terceiro setor e empresas para promover ações voluntárias resulta em muitos ganhos. 

 Conheça os 5 motivos para investir em Voluntariado Corporativo na sua empresa:

  1. O voluntariado desenvolve novas habilidades
    Suas equipes têm clareza da transformação que querem entregar para o mercado?
    Sua marca é o conjunto de expectativas do cliente. O que o consumidor espera quando compra de você? Qual é a promessa que você faz? Fazer a diferença no cotidiano das pessoas requer habilidade, sensibilidade e empatia.
    Assim, o voluntariado corporativo pode ser uma excelente oportunidade para seus times desenvolverem habilidades indispensáveis para a rotina laboral. A atuação como voluntário é sempre uma oportunidade para conquistar maior profissionalismo e conhecimento técnico.

  2. O voluntariado é uma forma de reforçar a cultura da organização
    É uma maneira de renovar sua essência organizacional, solidificar uma cultura empresarial voltada à resultados e comunicar seus objetivos corporativos para o mercado.Esteja perto do seu nicho mercadológico comunicando sua proposta de valor e seu jeito de empreender! Culturas corporativas bem solidificadas conseguem identificar pontos fortes e melhorias para encantar e cativar a audiência. As conexões com o público são mais autênticas quando o modelo de negócios sabe se posicionar!

  3. O voluntariado agrega propósito à marca
    Sua marca consegue apresentar diferenciais competitivos com maior clareza.
    Agregue maior especificidade para a sua proposta de valor e oferta. A consolidação de uma marca forte é a coragem de criar mudanças com atributos específicos e bem alinhados com as expectativas das partes interessadas. Essa diferenciação estratégica permite:
    • que sua empresa receba mais investimento;
    • atração de clientes e investidores alinhados com o propósito da marca, gerando fidelização;
    • ganhe a confiança das pessoas;
    • entregue impactos sociais com maior efetividade. 
  1. O voluntariado fomenta a diversidade e a inovação
    A partir dessa experiência no voluntariado, surgem oportunidades para cultivar as competências comportamentais e relacionais. Todo esse conjunto de boas práticas são essenciais para incorporar a diversidade nos times e nas equipes. Trabalhar colaborativamente no voluntariado ativa uma maior sensação de pertencimento e gera conexões entre as pessoas.
    Perceber essa diversidade como um diferencial é fundamental para alcançar maior desempenho. Diversos perfis diferentes de pessoas podem colaborar com skills e experiências diferenciadas. Essa combinação de ideias, insights e conceitos podem fomentar a inovação e a performance empresarial.
  2. Lideranças mais alinhadas com os times e equipes
    Não são só as equipes, times e colaboradores que podem ser beneficiados pelo voluntariado. As lideranças podem desenvolver e cultivar a competência da escuta ativa. Essa habilidade de se relacionar com pessoas e lidar com talentos são traços de uma liderança inspiradora!
    Alinhar trabalho em equipe, lideranças genuínas e entrega de resultados sociais reforça a coesão interna nos grupos. Uma organização pode ser um lugar de pertencimento, acolhimento e evolução pessoal. Fazer o bem segundo critérios técnicos, estratégia e alinhamento significa potencializar transformações!

Empresas que fazem a inclusão acontecer!

O voluntariado requer método, estratégia e análises aprofundadas sobre o problema que a ação social resolve. Por conta disso, projetos que reúnem esforços do terceiro setor, empresas e voluntários entregam mais impacto social.
A ASID Brasil agradece às organizações parceiras alinhadas com o propósito da inclusão. Empresas que durante toda a nossa história já investiram em voluntariado:

    • Grupo Risotolândia
    • PwC
    • Fundação Telefônica VIVO
    • Cast Group
    • Unimed Paraná
    • Unimed Curitiba
    • Thales
    • Samsung
    • COPEL
    • SAP
    • Colgate
    • Instituto BRF
    • Bradesco
    • Fundação Boticário
    • Votorantim Cimentos
    • Henkel
    • UHG Amil
    • Btg Pactual
    • Enaex

Um mundo mais inclusivo merece quantos aplausos?

 ASID Brasil em 2023 conquistou prêmio Aplaude na categoria #Inspira! O objetivo dessa categoria é reconhecer a melhor ação em se tratando de Voluntariado nas Organizações da Sociedade Civil. A CBVE (Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial) almeja reconhecer boas e importantes iniciativas na área do voluntariado através da premiação.

Confira mais sobre Prêmio Aplaude

Conquistamos a admiração do público com muito esforço e dedicação à causa da inclusão.

O fato de conquistarmos Prêmio Aplaude na categoria #Inspira é mais uma validação importante para nossos projetos. Renovamos nossa essência e honramos nosso legado com mais esse resonhecimento.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Encontro Empresas Aliadas da Inclusão

Construir conexões com quem investe em alianças inclusivas

O evento “Encontro Empresas Aliadas da Inclusão” teve o propósito de fomentar o diálogo entre empresas, o terceiro setor e a pauta da pessoa com deficiência.

O local em que aconteceu o encontro foi cedido pelo SEBRAE.

Essa combinação de ações provoca um impacto social muito significativo.

A partir dessa troca de ideias, estimulamos a atuação de uma poderosa inteligência plural. Toda essa coletividade de insights prioriza a identificação de necessidades e a solução de problemas de forma bem personalizada. O desafio é cocriar inovações sociais cada vez mais efetivas para surpreender nossos beneficiários e demais partes interessadas.

Como é o DNA Empreendedor da ASID Brasil?

Nossa marca ASID Brasil carrega empreendedorismo de impacto na essência.

Assim, o “Encontro Empresas Aliadas da Inclusão” foi marcado pela apresentação das soluções do portfólio ASID Brasil. Os participantes assimilaram muitos conceitos sobre a inclusão através de um Escape Room que ampliou a conexão entre talentos. Dois grupos participaram para desenvolver maiores sinergia e aprendizagem grupal.

Conheça os destaques da inclusão 2023!

Por fim, a ASID Brasil reconheceu as empresas que mais geraram impacto através de investimento em inclusão no ano de 2023:

  • O Instituto BrasilAgro gerou muitas oportunidades educacionais inclusivas investindo na Solução Mais Educação;
  • A Fundação FEAC ampliou a qualidade de vida e a autonomia das pessoas com deficiência através de investimentos na Solução ASAS;
  • O Bradesco investiu na Solução Empreenda para apoiar o empreendedorismo liderado pela diversidade;
  • O BTG Pactual facilitou a conexão entre pessoas com deficiência e o universo Tech com investimentos na Solução Jornada Tech. 

Acredite no poder da diversidade!

A capacidade de impactar vidas é ampliada com estratégias que enfatizam a cocriação. Por isso, se sua empresa quer ser uma aliada da inclusão, fale conosco!

Agradecimento especial para as empresas que fizeram a inclusão socioeconômica da pessoa com deficiência acontecer!

Instituto General Villas Bôas
Arauz
Veracel
UGH Amil
Instituto BrasilAgro
Grupo Risotolândia
Brafer
Fundação FEAC
SAP
São Martinho
Instituto Terroá
Endeavor
Banco Bradesco
btg pactual
Fundação Cargill
Alura
Instituto Votorantim
Citrosuco

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação

Diversidade e Literatura #01 – Coluna de Edilayne Ribeiro

Diversidade e Literatura #01 - Coluna de Edilayne Ribeiro

A coluna Diversidade e Literatura, escrita por Edilayne Ribeiro, busca conectar a literatura da pauta de diversidade e inclusão. Todo mês, Edilayne seleciona uma obra literária e traz sua análise pessoal, compartilhando importantes pontos de reflexão.

Na Coluna de novembro, Edi traz reflexões de uma obra de 1985, chamada “O que são pessoas deficientes”, de João Baptista Cintra Ribas.

Você já imaginou como era o mundo sem a inclusão?

Foi essa a pergunta que ficou ressoando em minha cabeça a partir da leitura de uma obra de 1985, chamada “O que são pessoas deficientes”, de João Baptista Cintra Ribas.

Ao pegar o livro pela primeira vez, pequeno como um manual de instruções, com suas páginas amareladas e uma diagramação com margens e fonte tamanho 14 – digna de livros antigos! –, eu não imaginei o quão grande em reflexões ele seria! Leituras antigas sobre pessoas com deficiência são sempre impactantes, principalmente pela linguagem. E eu, que tenho como base de estudo a linguagem, rapidamente me intriguei com o título “o que são pessoas deficientes”. Não deveria ser “quem…”?

Fiquei esperando que houvesse uma sacada inteligente do autor a respeito da coisificação de pessoas, algum jogo de palavras, mas isso não aconteceu… E foi a primeira lição que o livro me trouxe: com a mudança dos tempos, muda-se também a percepção do que é uma deficiência e, consequentemente, o significado social que isso carrega. Por mais que nos doa.

Continuei com certa resignação, especialmente ao ir encontrando algumas expressões que hoje em dia lutamos para abolir de nosso vocabulário (ex.: a Síndrome de Down que, naquela época, era chamada de “mongolismo”). Eu tinha certeza que iria desgostar do livro, e já me planejava para revolucionárias problematizações. Mas, para uma nova surpresa, não foi bem assim! O início do segundo capítulo dizia o seguinte: “No Brasil não existem pesquisas para sabermos quantos deficientes existem ao certo e quais são suas deficiências.

Ter lido isso me trouxe uma alegria futurística inexplicável por saber que, aqui em 2023, já temos diversas pesquisas com dados sobre pessoas com deficiência, inclusive uma extremamente recente (2022) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que aponta que no Brasil há 18,6 milhões de pessoas com deficiência com dois anos ou mais, o que representa 8,9% da população. A pesquisa, ainda, se preocupa em mapear pessoas com deficiência por recortes de região, educação, trabalho, tipos de dificuldade e outros… Ou seja: de 1985 pra cá, já temos algumas coisas! E nada disso seria possível sem passar pelo processo de não ter coisa alguma!

O ponto alto da leitura aconteceu quando me deparei com os conceitos de exclusão… Segregação… Integração… Que acabaram por aí! Cadê o conceito de inclusão?! E foi então que um novo insight gerou mais uma lição aprendida: para que os tempos mudassem, precisou haver um limite, e o limite neste caso foi viver em um mundo em que apenas integrar já não fazia mais sentido. Era necessário incluir! E assim, a partir da década de 90, surgiu esse novo conceito.

A Psicologia diz que dar nome às coisas é o princípio para que elas existam, e essa ideia faz muito sentido com o que foi lido. O livro começa a andar em círculos nos estigmas daquela época, como o das pessoas com deficiência em instituições; o de que todo tipo de deficiência indicava também uma limitação cognitiva; sexualidade desenfreada; precarização do trabalho; assistencialismo; e por aí vai… Pois era o que se vivia na época. Não se questionava quase nada além disso! E, portanto, não se nomeava quase nada para superar isso!

Como era o mundo sem a inclusão!? Ora, pois, a palavra “inclusão” já existia muito antes de ser relacionada à pauta da pessoa com deficiência. Mas, etimologicamente, “inclusão” vem do latim “includere”, que significa “pôr alguém ou algo dentro de um espaço”. Então será mesmo que essa é a melhor palavra para definir o que se passa (ou não) com a pessoa com deficiência? Ter me deparado com um mundo (conceitual) sem a inclusão fez reforçar a minha opinião de que os tempos continuarão mudando, e que no futuro poderá existir uma nova palavra que abrigue a nossa realidade, que abra espaço para lutas mais conscientes, que priorize a autonomia e vida digna da pessoa com deficiência, que respeite verdadeiramente nossos gostos e vontades.

Não foi fácil ter lido tão a fundo a diferente realidade de 40 anos atrás. Assim como não é fácil ler expressões como “deficiente”, “mongol”, “retardado”, “especial”, e outros deslizes da linguagem… Isso exige de mim aquela pausa na respiração, aquele engolir em seco e um sorriso amarelo para conseguir continuar. Mas é exatamente esse exercício que devemos fazer sempre que possível, ao entender os passos – muitas vezes lentos – da história: apoiar-nos no passado nos dá o impulso necessário para transformar o que vem pela frente; é o caminho que precisamos para justificar a importância das mudanças.

A mudança na linguagem e nas práticas sociais não deve ser encarada como um ataque ao passado, mas sim como a possibilidade de reflexo do progresso e da busca por um mundo com maior inclusão possível. 

Inclusão ou…?

Edilayne Ribeiro 
ASID Brasil – 2023

Sobre a autora:

Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Através dos pitches e pesquisas, a ASID Brasil entende melhor o cenário para oferecer sempre uma solução bem segmentada e focada nas dores dos beneficiários. Nossa literatura é uma forma de inovação social e bom uso de informações e dados para impactar o ecossistema de inclusão. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

Logo ASID Brasil

Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

© 2022 ASID Brasil | Desenvolvido por Double2 Comunicação