Ao falarmos sobre pessoas com deficiência, o foco ainda é o seu desenvolvimento na infância ou questões de acessibilidade para uma vida mais inclusiva e segura – temas ótimos e muito importantes! Contudo, um tema de igual necessidade mas pouco falado é o envelhecimento, tanto da própria pessoa com deficiência quanto de sua família, pois esbarra em questões de futuro, de planejamento, de saúde e de incertezas.
Neste texto, trarei algumas reflexões sobre o envelhecimento da própria pessoa com deficiência. Mas fiquem atentas e atentos, que na coluna do mês que vem eu dedicarei espaço para falar sobre o envelhecimento dos familiares de pessoas com deficiência, cujos desafios são diferentes!
Segundo a PNAD 2022, no Brasil há 18,6 milhões de pessoas com deficiência com dois anos ou mais. Destas, a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019), 8,5 milhões estão no grupo etário de 60 anos ou mais, e têm menos oportunidades de inclusão, por não terem fundos, não terem entrada no mercado de trabalho, não terem estudo e etc.
Aumentando mais ainda o recorte, dados do IBGE de 2010 revelam que no Brasil existem 2.617.025 pessoas com deficiência intelectual e, destas, 2,9% têm 65 anos ou mais. Apesar de ser um número expressivo, ele não necessariamente está ligado a uma boa qualidade de vida, porque a velhice ainda carrega muita negligência, preconceito e ausência de serviços públicos preparados para atender esse público, fazendo com que pessoas adultas ou idosas – em especial com deficiência – não tenham um bom planejamento de futuro, tampouco recursos para concretizá-lo.
O processo de envelhecimento, à luz da Psicologia, abarca 4 dimensões: biológica (questões corporais, de sensibilidade e equilíbrio), cronológica (questões de idade, relacionadas aos anos de vida da pessoa), psíquica (questões da vivência e experiência de vida) e sociocultural (questões sociais, do meio em que a pessoa vive e do papel que exerce).
Essas dimensões, quando aplicadas à realidade das pessoas com deficiência, apresentam desafios específicos que precisam ser considerados para promover um envelhecimento mais saudável e inclusivo:
Entender e falar sobre envelhecimento é, em qualquer realidade, imprescindível. Mas aplicar essas reflexões à realidade de pessoas com deficiência é prioritário, reconhecendo que muitos de seus desafios são únicos e, por isso, exigem adaptações e cuidados únicos também. Isso abrange desde adaptações nos cuidados de saúde física e mental, até a criação e o fortalecimento de redes de apoio, promovendo uma sociedade mais acessível e inclusiva.
A ASID busca trabalhar essa realidade em metodologias como o ASAS, que você pode conhecer mais clicando aqui.
Edilayne Ribeiro
ASID Brasil – 2023
Sobre a autora:
Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Sobre a ASID Brasil:
A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.
Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.
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