Felizmente, o autismo está sendo cada vez mais mencionado quando se trata de inclusão, e o mês de abril – marcado pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo no dia 2 –, serve como um incentivador desse movimento, pois oferece a oportunidade de ampliar a conscientização, explorar subtemas que muitas vezes são desconhecidos pela sociedade, incentivar a reflexão sem medos e, com isso, promover maior compreensão sobre pessoas autistas.
Apesar dos avanços pretendidos, a realidade atual ainda se apresenta com muitas barreiras socioeconômicas, especialmente no âmbito educacional. Por isso, é imprescindível discutir cada vez mais práticas educativas específicas para o autismo dentro de escolas e universidades.
Além de sugestões básicas como a implementação de políticas públicas e a busca por conhecimento através de sensibilização e treinamento de profissionais, aqui eu destacarei outros 3 elementos igualmente importantes, porém muito negligenciados e pouco executados, para uma realidade mais inclusiva no que se refere ao autismo.
Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): fundamental para pessoas autistas com dificuldades de comunicação verbal, a CAA oferece suportes como tablets com aplicativos de comunicação ou sistemas de comunicação por figuras, ajudando-os a se expressar da melhor forma e, assim, promovendo sua participação ativa no ambiente escolar ou universitário.
Inclusão socioemocional: pouco se fala sobre aspectos sociais e emocionais, porque os aspectos técnicos da inclusão geralmente se sobrepõem a um tema tão delicado quanto saúde mental e sociabilização, mas esse item é tão essencial quanto os demais para o bem-estar e o sucesso acadêmico de alunos autistas. Criar um ambiente acolhedor e inclusivo, com atividades de socialização estruturadas e grupos de apoio promove com mais facilidade sua integração social e emocional.
Adaptação do ambiente escolar/universitário: adaptar todo o espaço de uma escola e universidade, pensando em aspectos arquitetônicos mas, também, em detalhes que têm a ver com a real experiência de uma pessoa autista, é determinante. Isso inclui a redução de estímulos sensoriais, espaços de tranquilidade e o uso de recursos visuais como cartões de comunicação e outros elementos para apoiar sua compreensão e comunicação diante de qualquer colega ou professor.
Priorizando esses elementos na Educação, construímos uma cultura escolar que naturalmente incentiva a diversidade e a inclusão, abrindo espaço para que a neurodiversidade seja reconhecida em todas as suas formas e em todos os espaços educacionais – isto é, esteja verdadeiramente presente!
A adoção de abordagens inclusivas nas escolas e universidades promove o respeito e a celebração da diversidade. No entanto, é necessário também que essas práticas sejam contínuas e recebam a colaboração proativa de todos os envolvidos, especialmente das próprias pessoas autistas e seus familiares.
Ainda, para finalizar este breve artigo, promover a compreensão do autismo, especialmente focando na comunicação, aspectos socioemocionais e personalização dos espaços, resulta em benefícios tangíveis, como uma maior presença de pessoas autistas na sociedade; o fortalecimento de suas redes de apoio com amigos, vizinhos, professores e parceiros românticos; conquistas na carreira profissional; independência financeira; representatividade na mídia; e, enfim, a autonomia integral de uma pessoa com deficiência em um mundo que ainda não é, mas está se tornando, mais atento à essas questões!
Edilayne Ribeiro
ASID Brasil – 2023
Sobre a autora:
Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.
Sobre a ASID Brasil:
A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.
Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.
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