Lançamento do obra “Laura, uma Maternidade Especial”​

Lançamento do obra “Laura, uma Maternidade Especial”

A autora Suely Schmidt, mãe de Laura, construiu uma obra literária que emociona, foge dos estereótipos e reflete acerca da inclusão e das várias formas de ser mãe.

Essa história desse amor inabalável é profundamente conectada com a ASID Brasil.  As barreiras enfrentadas por Laura e sua família dela  os principais fatores que impulsionaram a fundação da ASID Brasil. Laura é irmã de Alexandre Amorim, um dos fundadores da ASID.

Na obra, Suely relata sobre a experiência de ser mãe de Laura, que nasceu com Síndrome de Down e Autismo. Ela cita pontos importantes como amor incondicional, coragem, apoio mútuo e muita dedicação.

Essa literatura se propõe a dialogar sobre amor materno e, sobretudo, inclusão.
O conhecimento trazido pelo livro amplia o debate sobre sociedade inclusiva.

“Comecei a escrever justamente porque senti na pele o que é a sociedade desconhecer os desafios enfrentados por uma mãe com um filho com uma deficiência (...) 
E, justamente por desconhecer, as pessoas tem ideias erradas e preconceitos”
Suely Schmidt
Mãe da Laura e autora do livro
Evento de Lançamento:

Lançamento do livro Laura, uma maternidade especial, de Suely Schmidt

Quando: sábado, 18 de maio de 2023
Onde: Editora InVerso – R. Dr. Goulin, 1523
Bairro: Alto da Glória, Curitiba – PR
Horário: das 10h às 13h
Card com foto da capa do livro ""Laura, uma Maternidade Especial".
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Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

LGPD

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Alianças que transformam

Alianças que transformam

Texto por: ASID Brasil (Felipe Gruetzmacher, Gabriela Bonet e Isabela Bonet) publicado pela AGO Social:

Quebrar as barreiras que excluem a pessoa com deficiência da sociedade – essa é a missão da ASID Brasil, uma organização sem fins lucrativos que cria e implementa soluções sociais de inclusão social e econômica da pessoa com deficiência.

Mas você já imaginou a quem essa missão envolve e impacta, além da própria pessoa com deficiência?

No Brasil, 1 a cada 11 pessoas é uma pessoa com deficiência. O rendimento médio dessa população é R$ 1.860,00, já para a população sem deficiência, a renda média é de R$ 2.652,00. A taxa de informalidade de pessoas com deficiência é de 55% e esta mesma taxa é de 38% em pessoas sem deficiência.


Apesar dessa expressiva fatia populacional que corresponde a 18.6 milhões de pessoas (com 2 anos ou mais) não são só as pessoas com deficiência que lidam com a invisibilidade. Nos domicílios onde há crianças com deficiência, há uma queda relevante de mulheres na força de trabalho (dados: PNAD 2022).

Redes de apoio, familiares, cuidadores e, principalmente, as mães de pessoas com deficiência são impactadas diante dessa realidade. Além da desigualdade econômica, essa população e sua rede ainda luta contra o capacitismo que as limitam, inviabilizam e excluem. 

Como organização social, a ASID entende que quebrar o ciclo da exclusão exige soluções complexas, estruturadas e acessíveis. Isso inclui manter-se atualizado em tempo real sobre a causa e ainda, garantir aliados para a mudança social. Confira o artigo completo:

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S.O.S Rio Grande do Sul

S.O.S Rio Grande do Sul
S.O.S Rio Grande do Sul

Esse é um momento de união

ONGs que precisam de ajuda no Rio Grande do Sul

Organizações sociais gaúchas que fazem parte da nossa Comunidade Conexões estão em uma força tarefa para apoiar seus atendidos e seu trabalho em meio à situação emergencial que o estado se encontra.

As necessidades são enormes e variam entre garantir apoio especializado às pessoas com deficiência nos abrigos e fornecer mantimentos básicos.

Nós da ASID mapeamos algumas organizações focadas no público com deficiência e que precisam de ajuda.

Nessa publicação separamos estão os dados diretos de doações financeiras para as ONGs.
Para outras oportunidades de apoio conte com a ASID para articulações. 

Associação Pais e Amor
Região: Cachoeirinha – RS
Pix (CNPJ): 262620610001-10

Associação de Pais e Amigos do Autista
Região: Nova Hamburgo – RS
Pix (CNPJ): 27.793.077/0001-12

APABB – RS
Região: Porto Alegre – RS
Pix (CNPJ): 58.106.519/0014-53

As organizações fazem parte da Comunidade Conexões da ASID.
Para mais informações, converse conosco Whatsapp:  (41) 99231-5781

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O que a pesquisa científica diz sobre inclusão de pessoas autistas?

A ciência da inclusão #06 - Coluna de Felipe Gruetzmacher

O que a pesquisa científica diz sobre inclusão de pessoas autistas?

O Colunista ASID Felipe Gruetzmacher entrevistou a advogada, professora e pesquisadora Débora Cunha Romanov para conhecer mais sobre o estudo desenvolvido por ela na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Afinal, em linhas gerais, a pesquisa trata sobre inclusão de pessoas autistas no mercado de trabalho.

Confira a entrevista:

 

  1. Qual é seu tema de pesquisa de mestrado? Você poderia descrevê-lo?

Resposta: O tema do projeto de pesquisa de Mestrado é a neurodiversidade nas organizações e os desafios à empregabilidade de profissionais autistas. O objetivo geral é entender quais seriam tais desafios, a partir de uma visão integrada e estruturada da questão, que será desenvolvida com base nos relatos das próprias pessoas autistas; de profissionais da área de Recursos Humanos, Gestão de Pessoas e de Programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI); e de profissionais que trabalham em instituições ou organizações que capacitam pessoas autistas e/ou oferecem consultoria para programas de neurodiversidade. A análise será feita de acordo com a proposta do modelo social da deficiência e da própria neurodiversidade.

Importante destacar que também obtivemos a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie previamente ao início das entrevistas.

  1. Qual é a sua motivação para iniciar esse tema de pesquisa?

Resposta: Tenho uma relação pessoal e muito profunda com o autismo, em razão do meu irmão mais novo, autista nível 3 de suporte, diagnosticado nos primeiros anos de vida. Além de uma pessoa incrível, ele é o meu melhor amigo e temos uma grande conexão desde o seu nascimento. 

Já com relação à neurodiversidade em si, acabei me interessando e iniciei leituras e pesquisas na área por haver outras pessoas com diferentes neurodivergências na minha família; logo, fazia sentido entender como as pessoas podem ter diferentes formas de pensar e agir – e que não há nada de “errado” com isso. 

Também acredito que o fato de a minha mãe trabalhar há cerca de 30 anos na área da deficiência visual, além de ser uma pesquisadora da temática, tenha influenciado minhas escolhas.

Por fim, ao entrar no Mestrado, cursei a disciplina Gestão Inclusiva da Diversidade, com a Profª Drª Darcy Hanashiro, minha orientadora atualmente, e percebi que teríamos a oportunidade de desenvolver o projeto de pesquisa que mencionei anteriormente como minha dissertação de Mestrado.

  1. Quais seriam as melhores práticas para Universidades e empresas poderem acolher pessoas autistas? 

Resposta: De acordo com o que eu tenho estudado e ouvido dos participantes da nossa pesquisa nas entrevistas realizadas, acredito que as melhores práticas para que universidades e organizações possam acolher pessoas autistas deveriam ter como base dois principais pilares: (i) conhecimento – conhecer cada vez mais a respeito do autismo, da neurodiversidade e das pessoas autistas de forma geral (que seria talvez um conhecimento “mais técnico”, com o objetivo de eliminar mitos e reduzir estigmas associados ao autismo); e (ii) diálogo – estabelecer um diálogo constante com pessoas autistas, para de fato ouvir e compreender o que querem e do que precisam, tanto no ambiente acadêmico quanto no profissional. Chamei aqui de “pilares”, porque acredito que a partir deles as universidades e organizações poderiam propor diferentes medidas, práticas e políticas voltadas para pessoas autistas e para a neurodiversidade como um todo, dependendo do seu porte, orçamento e outros aspectos particulares de cada instituição. Também poderiam implementar as adaptações necessárias para tornar os ambientes das universidades e organizações mais acessíveis a pessoas autistas, viabilizando sua real inclusão.

  1. Como estas pesquisas cientificamente validadas podem se aproximar do terceiro setor e dos empreendimentos sociais para que a inclusão socioeconômica se efetive?

Resposta: Acredito que as pesquisas cientificamente validadas podem nos fornecer evidências a respeito de diferentes hipóteses ou proposições que estão sendo trabalhadas pela pessoa que conduz a pesquisa, dependendo do tipo de estudo realizado. Com base em tais dados e resultados, algo que inicialmente foi pensado apenas de modo “teórico” pode começar a ser discutido em termos mais práticos e adaptado a diferentes propostas de atuação, como as organizações do terceiro setor e os empreendimentos sociais.

  1. Como a Universidade pode dar espaço para pessoas autistas relatarem sobre as dificuldades, desafios rotineiros e a experiência pessoal de ser uma pessoa autista? Essa escuta ativa pode gerar quais ideias para pesquisas científicas?

Resposta: Apesar de não ser o foco da nossa pesquisa, aspectos da vida acadêmica acabam tendo relação com a empregabilidade e, portanto, surgem em alguns relatos dos participantes entrevistados. Temos notado o aumento da criação de “coletivos autistas” em diversas universidades, uma forma de organização dos próprios estudantes autistas para defesa dos seus direitos e promoção de representatividade das pessoas autistas nas universidades. Dentre as atividades conduzidas por estes coletivos, destacamos a produção de cartilhas e guias para conscientização a respeito do autismo, principalmente de professores e outros profissionais das instituições de ensino.

Além disso, algumas universidades desenvolvem programas voltados para orientação e apoio psicopedagógico de alunos com deficiência, como é o caso do PROATO – Programa de Atenção e Orientação aos Discentes da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Recentemente, foi divulgada nas redes sociais do PROATO a primeira reunião com o Presidente da “@autistasbrasil”, com o objetivo de discutir formas de contribuição para a inclusão de estudantes autistas na universidade.

Acredito que os dois pilares que mencionei acima (conhecimento e diálogo) aplicam-se a estes exemplos.

No que diz respeito a pesquisas científicas, essas trocas entre estudantes autistas e universidades poderão oferecer campo para estudo dos desafios enfrentados pelas pessoas autistas quanto à vida acadêmica, tais como formato do processo seletivo (vestibular); escolha do curso; processo de avaliações; carga horária de disciplinas; acompanhamento de aulas (presencialmente ou de forma remota); conciliação entre vida acadêmica e profissional; entre outros aspectos. Dados científicos poderão auxiliar as universidades a tornarem o ambiente acadêmico mais acessível para estudantes autistas, sem que percam o mesmo conteúdo ofertado aos demais alunos ou sejam privados da experiência acadêmica.

Agradeço especialmente a advogada, professora e pesquisadora Débora Cunha Romanov por conceder a entrevista.

Felipe Emilio Gruetzmacher 
ASID Brasil – 2024

Sobre o autor:

Felipe Gruetzmacher é um escritor que acredita muito no potencial de combinar ciência, esforços empresariais e projetos sociais. Tem interesse em estudar como essas três partes podem colaborar entre si.
Se você é algum empresário, organização do terceiro setor ou cientista e quer cocriar conosco, deixe seu comentário!

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência. Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

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Educação inclusiva: 3 práticas educativas para pessoas autistas

Diversidade e Literatura #06 - Coluna de Edilayne Ribeiro

Educação inclusiva: 3 práticas educativas para pessoas autistas

Felizmente, o autismo está sendo cada vez mais mencionado quando se trata de inclusão, e o mês de abril – marcado pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo no dia 2 –, serve como um incentivador desse movimento, pois oferece a oportunidade de ampliar a conscientização, explorar subtemas que muitas vezes são desconhecidos pela sociedade, incentivar a reflexão sem medos e, com isso, promover maior compreensão sobre pessoas autistas.

Apesar dos avanços pretendidos, a realidade atual ainda se apresenta com muitas barreiras socioeconômicas, especialmente no âmbito educacional. Por isso, é imprescindível discutir cada vez mais práticas educativas específicas para o autismo dentro de escolas e universidades.

Além de sugestões básicas como a implementação de políticas públicas e a busca por conhecimento através de sensibilização e treinamento de profissionais, aqui eu destacarei outros 3 elementos igualmente importantes, porém muito negligenciados e pouco executados, para uma realidade mais inclusiva no que se refere ao autismo.

 

Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA): fundamental para pessoas autistas com dificuldades de comunicação verbal, a CAA oferece suportes como tablets com aplicativos de comunicação ou sistemas de comunicação por figuras, ajudando-os a se expressar da melhor forma e, assim, promovendo sua participação ativa no ambiente escolar ou universitário.

 

Inclusão socioemocional: pouco se fala sobre aspectos sociais e emocionais, porque os aspectos técnicos da inclusão geralmente se sobrepõem a um tema tão delicado quanto saúde mental e sociabilização, mas esse item é tão essencial quanto os demais para o bem-estar e o sucesso acadêmico de alunos autistas. Criar um ambiente acolhedor e inclusivo, com atividades de socialização estruturadas e grupos de apoio promove com mais facilidade sua integração social e emocional.

 

Adaptação do ambiente escolar/universitário: adaptar todo o espaço de uma escola e universidade, pensando em aspectos arquitetônicos mas, também, em detalhes que têm a ver com a real experiência de uma pessoa autista, é determinante. Isso inclui a redução de estímulos sensoriais, espaços de tranquilidade e o uso de recursos visuais como cartões de comunicação e outros elementos para apoiar sua compreensão e comunicação diante de qualquer colega ou professor.

 

Priorizando esses elementos na Educação, construímos uma cultura escolar que naturalmente incentiva a diversidade e a inclusão, abrindo espaço para que a neurodiversidade seja reconhecida em todas as suas formas e em todos os espaços educacionais – isto é, esteja verdadeiramente presente!

A adoção de abordagens inclusivas nas escolas e universidades promove o respeito e a celebração da diversidade. No entanto, é necessário também que essas práticas sejam contínuas e recebam a colaboração proativa de todos os envolvidos, especialmente das próprias pessoas autistas e seus familiares.

Ainda, para finalizar este breve artigo, promover a compreensão do autismo, especialmente focando na comunicação, aspectos socioemocionais e personalização dos espaços, resulta em benefícios tangíveis, como uma maior presença de pessoas autistas na sociedade; o fortalecimento de suas redes de apoio com amigos, vizinhos, professores e parceiros românticos; conquistas na carreira profissional; independência financeira; representatividade na mídia; e, enfim, a autonomia integral de uma pessoa com deficiência em um mundo que ainda não é, mas está se tornando, mais atento à essas questões!

Edilayne Ribeiro 
ASID Brasil – 2023

Sobre a autora:

Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

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Reflexões no mês de Conscientização do Autismo

Inovação Social #06 - Coluna de Leonardo Mesquita

Reflexões no mês de Conscientização do Autismo

O mês de abril é uma importante data para a inclusão e diversidade, já que o dia 2 de abril é considerado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Com isso, temos a oportunidade de refletir sobre essa pauta e compreender como avançar em nossas atitudes inclusivas.

Percebo que a pauta do autismo vem ganhando muita força nos últimos anos. Desenvolvimento de metodologias, pesquisas, maior disponibilidade e acesso a diagnósticos, além de uma forte mobilização da população por garantia de direitos são possíveis fatores que devemos considerar.

Neste mês, recebemos o convite para assistir ao ciclo de palestras do II Simpósio de Autismo, realizado em Curitiba/PR e promovido pelo Sesc Paraná em parceria com a Universidade Livre do Esporte.  A ULE é parceira da Comunidade Conexões.

Sesc Paraná em parceria com a Universidade Livre do Esporte (ULE) promovem o II Simpósio de Autismo

O Simpósio de Autismo, nesta edição de 2024, tinha como objetivo trazer reflexões sobre a inclusão de maneira multidisciplinar. O primeiro tema a ser abordado foi TEA na Vida Adulta, facilitado por Mara Aguila, Psicóloga e Psicopedagoga, Doutoranda em Educação pela Universidade Nacional de Rosário.

Mara faz uma introdução sobre o TEA e sobre as mudanças metodológicas ao longo dos últimos anos. Essa é uma das hipóteses para compreendermos o recente aumento do número de diagnósticos. Importantes atualizações foram feitas a partir de 2014, como a expansão de critérios e maior conscientização de profissionais.

Mara comenta também sobre a importância de uma abordagem multidisciplinar no diagnóstico do TEA e cita que é necessário uma maior compreensão do transtorno na vida adulta.

O evento trouxe também o Dr. Salmo Raskin para abordar o tema Genética do Autismo. Salmo fez uma introdução sobre a genética para auxiliar na compreensão do tema na perspectiva do autismo. Comentou sobre as pesquisas que trazem a hipótese de um forte componente genético no transtorno de espectro autista e que essas pesquisas vêm avançando e trazendo novas compreensões sobre o tema. O Dr. Salmo reforça a ideia de que há “vários autismos” e que demandam por vários métodos de trabalho.

A Comunicação Assertiva também foi um tema explorado no Simpósio. Liziane Krieger, Psicopedagoga especialista em TEA, comentou sobre a importância de uma comunicação assertiva onde possamos ouvir o outro, controlar as emoções, cuidar das ações, atitudes e comportamentos e a necessidade de sermos claros ao transmitir informações. Liziane comenta sobre um aumento do número de matrículas na educação especial, segundo o Censo Escolar 2022 e reforça que não há uma metodologia ou técnica salvadora. Sugere também que apenas um laudo médico não deve definir uma conduta pedagógica. Devemos dar atenção para a função social e construtiva da escola.

Seguindo com a perspectiva educacional, Nathalie Baril, Psicóloga e Pedagoga, Mestra em Educação, compartilha boas práticas para incluir crianças com TEA nas escolas. Entre as várias práticas compartilhadas, comenta sobre:

  • A importância de uma boa anamnese que considere áreas de interesse, comunicação e possíveis incômodos do indivíduo;
  • Atenção aos diferentes tipos de suporte e apoio;
  • Disponibilizar para a equipe escolar um histórico da pessoa incluída;
  • A importância de um Plano de Desenvolvimento Individualizado que vai além das questões curriculares.

O Simpósio traz ainda a apresentação do Método PULE, uma metodologia própria da Universidade Livre dos Esporte para uma inclusão multidisciplinar. O conteúdo deste evento pode ser acessado no canal oficial do Youtube do Sesc Paraná. 

Sobre o autor:

Leonardo Mesquita é especialista em Gestão de Projetos Sociais e certificado em Lideranças de Inovações Sociais. É graduado em Engenharia de Computação e há 7 anos atua na ASID Brasil, liderando articulações de comunidades e processos de inovação social dentro da causa da pessoa com deficiência. Já esteve envolvido na coordenação de programas de voluntariado. Léo escreve sobre inovação social, ODS e como conectamos essas pautas com a causa da pessoa com deficiência.

 

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Lançamento inédito: WebSérie “Além das limitações” no Youtube!

Lançamento inédito: WebSérie “Além das limitações” no Youtube!

O livro “Além das Limitações – Uma Jornada pela história da deficiência e a sociedade do cuidado” apresenta inúmeros insights sobre a história das pessoas com deficiência, leis e suportes relacionados à inclusão.

Com o propósito de ampliar o impacto dessa potente literatura, a ASID Brasil e o Núcleo de Mídia e Conhecimento lançaram a WebSérie “Além das limitações”.   

Esse conteúdo tem como objetivo debater ideias sobre literatura inclusiva e atingir ainda mais corações das pessoas apaixonadas por projetos de alto impacto social.

Conversar sobre livros explora novas perspectivas sobre as obras. Afinal, as ideias apresentadas pela obra não encerram o debate sobre o protagonismo da pessoa com deficiência.

O diálogo abre novas possibilidades de conhecer a inclusão sob outros ângulos e opiniões renovadas.

A continuidade do debate através da WebSérie reforça o compromisso da ASID Brasil em apresentar conteúdos sob novas roupagens. Dessa forma, fomentamos o interesse da sociedade pelas narrativas inclusivas.

Qual é a importância da WebSérie para o empreendedorismo social?

Debater continuamente sobre inclusão reforça a representatividade das pessoas com deficiência na cultura, livros e mídias sociais. Contar com essa representatividade nas narrativas sociais estimula que um número maior de instituições e organizações se interessem pela pauta.

Esse fato se traduz em possibilidades estratégicas de conectar a ASID Brasil com novos parceiros e/ou reativar a conexão com antigos contatos. Esse posicionamento e expansão da marca potencializam projetos em redes. As ações das partes interessadas ganham efetividade e poder de mudar a realidade!

Falar de histórias de pessoas com deficiência que quebraram barreiras e tiveram êxito é dialogar sobre autonomia delas. Desse jeito, o livro que traz essas histórias se conecta bastante com o Projeto ASAS da ASID Brasil. 

Até porque a solução ASAS apoia pessoas com deficiência a conquistar maior independência. Obstáculos são superados! Outro ponto de conexão entre a obra e a ASID é o projeto Empreenda que fornece suporte e direcionamento para pessoas com deficiência e familiares iniciarem modelos de negócios.

A WebSérie, um conteúdo memorável entregue para a audiência ASID, estimula o interesse pela pauta das pessoas com deficiência. Essa estratégia é imprescindível para que a ASID Brasil se conecte e conheça as oportunidades de apoiar o nosso público de beneficiários.

Quais os temas tratados pela WebSérie?

A WebSérie apresentou os  principais insights das historiadoras e autoras Pérola Sanfelice e Daniele Shorne que fundamentam a obra. Além disso, houve um bate-papo com a especialista em diversidade Edilayne Ribeiro, mediado pelo Asider Matheus Garcia. 

O empenho de toda essa equipe responsável por divulgar esse conteúdo traz visibilidade para muitas narrativas pessoais. O poder da História escrita em livros e comunicada pela fala reforça a representatividade da inclusão.

É um potente ganho em credibilidade para as historiadoras e autoras Pérola Sanfelice e Daniele Shorne, assim como para a causa da acessibilidade. A palavra, seja escrita ou falada, anunciam um futuro ancestral acessível e uma sociedade mais acolhedora. Afinal, se todos nós vamos envelhecer, é válido pensar a inclusão como um debate que perpassa todo o nosso cotidiano.

É um contexto que demanda um envolvimento coletivo e opiniões plurais.

Acesse agora a gravação da nossa WebSérie no youtube.

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Protagonismo que quebra barreiras: análise do vídeo “Assume that I can so maybe I will.”

Mulher sorrindo com blusa branca e jaqueta num filtro amarelado.
Mulher sorrindo com blusa branca e jaqueta num filtro amarelado.

Protagonismo que quebra barreiras: análise do vídeo “Assume that I can so maybe I will.”

Antes de começar a leitura desse artigo, te convidamos a assistir o vídeo “Assume that I can so maybe I will” da Organização CoorDown.

Um vídeo formidável que exemplifica o potencial das pessoas com Síndrome de Down e que ganhou muita relevância digital com a frase de impacto “Assume that I can so maybe I will” (“Suponha que eu possa, então talvez eu faça”).

A ideia principal comunicada pelo vídeo é que pessoas com Síndrome de Down, assim como todas as pessoas, têm potencialidades poderosas. E que o encorajamento e a confiança são fundamentais para serem protagonistas de suas próprias histórias.

Afinal, quando é assumido que pessoas com Síndrome de Down têm vontades próprias, suas possibilidades de desenvolvimento são muito maiores.

Campanhas que desconstroem estereótipos

Dia 21 de março é o Dia Mundial da Síndrome de Down. A biblioteca virtual em saúde do site do Ministério da Saúde traz informações relevantes sobre esse dia. O texto informa que a data foi criada para enfatizar a conscientização global sobre a Síndrome de Down e foi reconhecida oficialmente pelas Nações Unidas desde 2012.

Em termos mais práticos, a data serve para que a sociedade tenha uma postura ativa de reflexão sobre seus próprios vieses inconscientes.

Neste ponto, o capacitismo, a crença de que a pessoa com deficiência não têm plenas condições de viver independentemente, é uma barreira a ser quebrada.

Quando assistimos campanhas como “Assume that I can so maybe I will” fazemos reflexões acerca das nossas próprias crenças.

A campanha é protagonizada por uma jovem com Síndrome de Down que tem autonomia, estuda, curte festas, namora e pratica esporte.

O vídeo ainda faz uma chamada direta à sua rede de apoio. Pais, treinadores e professores que exercem papéis sociais fundamentais na hora de apoiar as decisões de cada pessoa. O vídeo exemplifica que esse apoio ao desenvolvimento tem poder decisivo nas experiências de vida e autonomia.

Qual a representatividade que queremos?

A Campanha criada pela Coordown serve como um forte exemplo de representatividade que almejamos nas mídias digitais, redes e comunicação em geral.

A Colunista ASID Edilayne Ribeiro, questiona “Como seria se pessoas com deficiência fossem verdadeiramente retratadas nos cinemas?”. Ela reflete sobre a importância dos filmes, séries, novelas e narrativas culturais em incluírem pessoas com deficiência, indo além da própria deficiência. Ela atenta para o reforço de estereótipos:

acabamos mantendo estereótipos de deficiências. Essas representações mais tradicionais, apesar de valiosas, podem reafirmar clichês de superação, de falta de autonomia, de infantilização da pessoa com deficiência…”

Uma pessoa com deficiência é muito mais do que a própria deficiência e incorpora diversos outros aspectos como vida social, profissional, amorosa, por exemplo.

E como apoiar o desenvolvimento da autonomia e protagonismo?

A escuta ativa e qualificada é fundamental para atender os diferentes públicos e perfis. O Colunista ASID Leonardo Mesquita descreve uma lista de inovações sociais capazes de agregar qualidade de vida para pessoas com Síndrome de Down. 

O texto Inovações sociais no contexto da Síndrome de Down apresenta, por exemplo, a Associação Amor pra Down, cujo propósito é apoiar beneficiários a conquistar autonomia e independência. Tal iniciativa já tem um legado de 24 anos de muita entrega para a inclusão.

A própria ASID Brasil conta com o ASAS, uma solução social que fomenta a autonomia de pessoas com deficiência com base em seus próprios talentos. 

Essa metodologia já foi implementada em diversas cidades desde 2021 e é executada atualmente pela parceria entre ASID Brasil e Fundação FEAC.

“O que será do meu filho quando eu não estiver mais aqui?” Essa é uma pergunta comum a muitos pais e mães. E foi diante dela que nasceu o projeto ASAS, um método que se propõe a criar, fortalecer e ampliar a rede de apoio para pessoas com deficiência com o objetivo de proporcionar um envelhecimento com maior autonomia e qualidade de vida.

Confira o depoimento da Maria sobre essa iniciativa

As primeiras implementações do ASAS contaram com a participação de muitas pessoas com Síndrome de Down e associações que atuam com este público. O propósito do ASAS é fortalecer também as redes de apoio às pessoas com deficiência e apoiá-las na construção de planos futuros.

Outros vídeos impactantes para desconstruir barreiras

O perfil CoorDown tem uma série de vídeos interessantes que mostram o cotidiano das pessoas com Síndrome de Down. Essa comunicação serve para romper o capacitismo.

Confira alguns temas dos vídeos vinculados com o tema “Assume that I can so maybe I will”:

  • Usar ônibus;
  • Assumir importantes tarefas;
  • Andar de patins;
  • Ir para a Universidade.

Talvez, essa seja uma das Campanhas digitais mais importantes estreladas por pessoas com Síndrome de Down até hoje. O vídeo já possui mais de 18.4 milhões de visualizações só no instagram! 

Gostamos de pensar na representação das pessoas com Síndrome de Down no ambiente virtual indo além da sua própria limitação, como uma propulsora da aceitação, acolhimento e inclusão!

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Inovações sociais no contexto da Síndrome de Down

Inovação Social #05 - Coluna de Leonardo Mesquita

Inovações sociais no contexto da Síndrome de Down

O mês de março é um importante mês para a causa da Síndrome de Down. Dia 21 é o Dia Internacional da Síndrome de Down e, como toda data deste tipo, mais que uma simples comemoração ou lembrança, são datas para refletirmos sobre o histórico de lutas, garantia de direitos e, principalmente, sobre inclusão.

Com essa temática, pensei em trazer não uma reflexão técnica sobre o assunto, que será abordado em nossas outras colunas, mas sim algumas referências sobre inovações sociais recentes nessa causa.

No Brasil, um conjunto de inovações sociais vem revolucionando a vida das pessoas, proporcionando maior autonomia, inclusão e qualidade de vida. Um bom exemplo é o Ecossistema de Inclusão e Inovação Social do Instituto Mano Down, em Belo Horizonte. Este projeto inovador oferece um ambiente único que integra:

  • Espaço para desenvolvimento de atividades e projetos de inclusão pedagógica, acompanhamento pedagógico, reforço escolar, suporte para famílias, profissionais da educação e educandos no processo de inclusão escolar e oficinas multidisciplinares para crianças e jovens.
  • O primeiro Café inclusivo da capital mineira e que será um espaço para cultura e inclusão. E ainda vai proporcionar a inclusão no mercado de trabalho de profissionais com deficiência intelectual, que serão responsáveis pelos atendimentos.
  • Primeiro Hub de Empreendedorismo social para pessoas com deficiência intelectual e seus familiares. O Hub vai contar com espaços para oficinas e capacitação, outlet e bazar, sala de massoterapia e muito mais.

Outra organização que gera grande impacto nessa causa é a Associação Amor Pra Down, com atuação de 24 anos e que tem como missão a autonomia e independência de pessoas com Síndrome de Down. A Amor Pra Down gera impacto social no estado de Santa Catarina e será painelista no Painel Conexões, evento de trocas e apresentação de iniciativas da Comunidade Conexões, ASID Brasil. O evento acontece no dia 25 de março em formato online.

Outra importante e recente iniciativa é a criação da Rede Buriti-SD, selecionada em edital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para a realização de pesquisas voltadas à síndrome de Down. Esse projeto conta com financiamento de R$ 9 milhões oferecido pelo CNPq e uma parceria de investimento do Instituto Alana, que entrará com um valor inicial de R$ 5 milhões.

O projeto, que tem a expectativa de durar 3 anos, tem como objetivos:

  • Criação da Coorte Brasileira de Pessoas com síndrome de Down
  • Criação do Biobanco dedicado à síndrome de Down, reunindo amostras biológicas (de matrizes distintas) colhidas longitudinalmente dos participantes da coorte;
  • Lançamento do Observatório em Saúde para a síndrome de Down com dados clínicos e sociodemográficos representativos das diferentes regiões do Brasil; 
  • Formação da base de dados de larga escala, com variáveis clínicas, sociodemográficas e biológicas de relevância científica e clínica de abrangência nacional que, futuramente, será disponibilizada para a comunidade científica.

Integram a Rede BURITI – SD diversos pesquisadores de importantes universidades do Brasil e Estados Unidos. A rede conta também com a participação de pesquisadores e representantes de organizações da sociedade civil, como o Instituto Jô Clemente e a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD).

Outra iniciativa relevante é o Projeto ASAS, da ASID Brasil. Esse projeto é direcionado ao público com deficiência no geral, porém, suas primeiras implementações contou com a participação de muitas pessoas com Síndrome de Down e associações que atuam com esse público. Essa metodologia é inspirada no PLAN (Planned Lifetime Advocacy Network), do Canadá. Seu objetivo é fortalecer as redes de apoio e apoiar na construção de planos de vida para o futuro. Espera-se que a pessoa com deficiência e sua família tenham um plano de futuro familiar e planejamento financeiro e o efetive, como mecanismo de melhora da vida adulta e terceira idade, além de poderem ter uma rede de apoio mobilizada e alinhada ao seu plano de futuro, e conquistas concretas por meio do apoio dado pelo ASAS, como tecnologias assistivas, oportunidades de emprego, dentre outros.

A metodologia já foi implementada em diversas cidades desde 2021. Por exemplo, a implantação da metodologia na cidade de Campinas/SP vem beneficiando 12 organizações sociais da cidade e seus beneficiários, um projeto financiado pela Fundação FEAC, parceira de longa data da ASID Brasil.

Há inúmeras e importantes iniciativas nessa causa. Assim como qualquer projeto de impacto social, é fundamental colocar o público beneficiário como o centro das inovações sociais, onde suas aspirações, dores e rotinas são os elementos que pautam essas iniciativas. Neste dia Internacional da Síndrome de Down, reflita sobre essa causa, sobre inclusão e diversidade e como cada cidadão e cidadã pode contribuir para a plena participação desse público na sociedade.

Referências:

Quero muito saber como estão as articulações locais em sua cidade e como você percebe a questão da concorrência no terceiro setor. Vamos conversar pelo seguinte endereço: [email protected]

Sobre o autor:

Leonardo Mesquita é especialista em Gestão de Projetos Sociais e certificado em Lideranças de Inovações Sociais. É graduado em Engenharia de Computação e há 7 anos atua na ASID Brasil, liderando articulações de comunidades e processos de inovação social dentro da causa da pessoa com deficiência. Já esteve envolvido na coordenação de programas de voluntariado. Léo escreve sobre inovação social, ODS e como conectamos essas pautas com a causa da pessoa com deficiência.

 

Sobre a ASID Brasil:

A ASID Brasil é uma ONG que promove a inclusão socioeconômica da população com deficiência.Somos agentes empreendedores que alcançam a excelência realizando mudanças sociais movido a metodologias, estudos e inteligência plural.

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Nossa Missão

Existimos para quebrar as barreiras socioeconômicas que excluem a pessoa com deficiência.

Selo Amigo Do Surdo Branco Redondo Hugo

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Em alinhamento com a Lei Geral de Proteção de Dados, garantimos a confidencialidade, segurança e integridade de seus dados pessoais, prevenindo a ocorrência de eventuais danos em virtude do tratamento dos mesmos. Para as solicitações dos titulares de dados, por favor, nos envie um e-mail.

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Como seria se pessoas com deficiência fossem verdadeiramente retratadas nos cinemas?

Diversidade e Literatura #05 - Coluna de Edilayne Ribeiro

Como seria se pessoas com deficiência fossem verdadeiramente retratadas nos cinemas?

Eu sou uma pessoa com deficiência. Uma deficiência física, motora, e de cunho diagnóstico não identificado. Nasci e conheço apenas esta realidade há quase 3 décadas. Mas, para isso acontecer, eu tive que aprender e ensinar a mim mesma todos os dias, porque eu olhava para os lados e não via ninguém como eu… Prestava atenção na minha família e ninguém tinha nascido assim… Os meus amigos da escola não passavam pelas mesmas dificuldades que eu e, por isso, não precisavam todos os anos lutar as mesmas lutas que eu lutava… E eu ligava e desligava a televisão sem ver um ator ou atriz sequer que representasse o que eu vivia…

Como saber viver assim?

É a pergunta que eu continuo me fazendo, mesmo sendo adulta. Agora eu vejo mais pessoas com deficiência nas ruas; conheci colegas na faculdade; trabalhei com quem tinha um histórico semelhante ao meu; em cada esquina de qualquer cidade se fala em inclusão, e já até existem leis que nos protegem. Mas e a TV, heim? Até a TV já nem é mais o elemento principal de uma casa, haja vista que está sendo substituída pelos celulares, e mesmo assim a realidade dos filmes, das séries, dos livros…continua a mesma: quase não há pessoas com deficiência nesse contexto!

Quando há, são personagens bem característicos, e que têm a deficiência como centro da narrativa. Esse é um tipo de representatividade que não deixa de ser importante, claro! Considerando que vivíamos em uma época que não era respeitada a mera existência das pessoas com deficiência, saber que devagar fomos conseguindo espaço e, com isso, abrindo portas para que assuntos como inclusão, acessibilidade, tecnologias assistivas e outros fossem sendo discutidos é um avanço e tanto!

Mas, ao fazer isso, também acabamos mantendo estereótipos de deficiências. Essas representações mais tradicionais, apesar de valiosas, podem reafirmar clichês de superação, de falta de autonomia, de infantilização da pessoa com deficiência… Ademais, por geralmente serem representadas por pessoas sem deficiência, faz com que seja um retrato simplificado e muitas vezes inadequado do que é, de fato, a deficiência.

Como seria, então, um outro tipo de representatividade, aquela que não precisasse colocar a deficiência no centro da discussão, mas que pudesse simplesmente ter a pessoa com deficiência por ali, convivendo e protagonizando como qualquer outra?

Representações autênticas da deficiência: uma pessoa não é somente sua deficiência. Ela também é mãe/pai; funcionária/funcionário de uma empresa; namorada/namorado de alguém; tem dificuldades comuns como cantar desafinado embaixo do chuveiro, não saber cozinhar ou às vezes esquecer a etiqueta pra fora da blusa; e tenta novos hábitos para mudar de vida, como tomar banho gelado no frio (dizem que faz bem pra pele!). Além disso, pessoas com deficiência também têm personalidade difícil, um signo desagradável, dramas na vida amorosa, brigas bobas com amigos, esquecem de pagar a conta de luz ou odeiam o Excel! Se tudo isso pudesse ser o centro das narrativas cinematográficas e literárias, as representações de sua vida seriam mais autênticas e abririam um espaço mais respeitoso para, juntamente a tudo isso, também falar sobre inclusão em um capítulo ou outro.

Oportunização para pessoas com deficiência da vida real: abrindo espaços mais reais, a probabilidade de que as próprias pessoas com deficiência pudessem interpretar esses papéis seria maior! E isso deveria acontecer em todos os aspectos da diversidade: mulheres lésbicas interpretando mulheres lésbicas; indígenas interpretando indígenas; logo… pessoas com deficiência interpretando pessoas com deficiência! Assim não corremos o risco de atravessar a realidade de ninguém, e ainda daríamos oportunidade de conhecimento, trabalho e experiência para pessoas que pertencem aos grupos da diversidade.

Inclusão de pessoas com deficiência em mais papéis e funções: com tudo isso em pauta, também começaríamos a inserir pessoas com deficiência em outras funções. Imagina quão bonito seria se estivessem envolvidas também no processo criativo de um filme, como na escrita, produção, direção, consultoria…? Quão bonito seria se pudéssemos recomendar para alguém a música de uma cantora muito boa e que é pessoa com deficiência; ou se pudéssemos finalizar um livro emocionante e, ao encontrar a aba de “Sobre o autor”, descobríssemos que é uma pessoa com deficiência? Dessa forma estaríamos vivendo em um mundo em que não seríamos designadas apenas para cargos operacionais de uma empresa, ou utilizadas em campanhas publicitárias sensacionalistas, por exemplo. Estaríamos em tudo, sendo e fazendo tudo!

Quem sabe daqui mais 3 décadas eu volte aqui e sinta orgulho de mim mesma por ter escrito sobre um cenário que, de repente, começou a acontecer!

Quem sabe ao ver muito mais semelhanças por aí, eu tenha conseguido aprender e ensinar a mim mesma outras coisas, porque essas questões já estariam respondidas!

Edilayne Ribeiro 
ASID Brasil – 2023

Sobre a autora:

Edilayne Ribeiro é psicóloga, especialista em Neuropsicologia e mestra em Educação, membra da Comissão de Educação Inclusiva da Universidade Tuiuti do Paraná e palestrante nos temas pessoa com deficiência e sexualidade. Atualmente é Líder na ASID em Projetos de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

Sobre a ASID Brasil:

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