Instituições no Mato Grosso recebem projeto de desenvolvimento
O projeto de Desenvolvimento em Gestão de Escolas de Educação Especial, do Instituto Votorantim com execução da ASID, tem como objetivo fortalecer a gestão de cinco escolas especiais para que desenvolvam autonomia, visão de gestão e captação de recursos, alcançando sua sustentabilidade e gerando capital social na região, por meio do desenvolvimento de redes e alianças.
A atuação está focada nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, no estado do Mato Grosso. O projeto teve início em março de 2019 e irá acontecer até o final de 2020.
O foco é o fortalecimento da educação inclusiva, por meio da profissionalização e potencialização da gestão das cinco organizações selecionadas. A capacitação em gestão irá gerar condições para que as organizações melhorem seus serviços e metodologias, gerando mais impacto para as pessoas com deficiência que estão presentes nestes espaços.
A articulação em rede poderá fortalecer o setor e gerar trocas de conhecimentos e experiências, além do diálogo mais próximo com o governo e a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).

Atividades
No mês de março, aconteceu a primeira etapa do projeto, referente à pactuação dos objetivos com todos os atores envolvidos. Neste momento, foi realizada uma reunião com membros da SEDUC, Instituto Votorantim, Votorantim Cimentos, líderes e representantes das cinco escolas, além dos representantes da ASID. O objetivo foi apresentar o projeto, a metodologia que seria utilizada e as etapas que estavam por vir, além de formalizar o compromisso e participação de todos no processo.
Em abril, retornamos a campo para uma rodada de diagnóstico e entendimento do cenário. Por meio da metodologia do IDEE, desenvolvido pela ASID e aplicado desde 2011, conseguimos entender o cenário de cada uma das escolas e definir quais seriam as prioridades de trabalho no ano de 2019.
Foram realizadas entrevistas com representantes da equipe gestora, pesquisas de satisfação com funcionários e familiares e análise de documentos financeiros. Os resultados foram apresentados para os envolvidos em maio, juntamente com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Com o diagnóstico, também definimos quais seriam as metas de desenvolvimento das escolas.
O PDI foi construído com base nas evidências e análises obtidas na etapa de estruturação do diagnóstico de gestão das escolas. Então foram selecionadas quatro áreas a serem trabalhadas com cada escola. Com isso, houve a estruturação dos encontros que precisavam ser feitos e quais suas temáticas, as entregas esperadas pelas escolas referentes a cada encontro de capacitação e qual o mês de execução.
A partir do mês de junho, foi dado início as rodadas de capacitação das escolas. De acordo com o cronograma, a cada mês foram realizadas duas capacitações, podendo ser referentes às quatro principais áreas que foram definidas no PDI: Planejamento Estratégico, Gestão Financeira, Captação de Recursos e Marketing. Atreladas às rodadas de capacitação coletiva, as escolas também receberam momentos de assessoria individualizada, em que tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas específicas e receber suporte mais reforçado para a implementação de novas ferramentas de gestão.
O período de capacitações chegou ao fim no mês de outubro, reservando o mês de novembro para a reaplicação do diagnóstico de gestão e coleta de feedbacks com as escolas. Repetindo o mesmo processo do mês de abril, foi possível entender de que forma as escolas adotaram as mudanças e inovações em gestão propostas pela ASID ao longo do ano e se obtiveram o crescimento em gestão previsto.

Resultados
O crescimento médio da gestão, considerando todas as escolas que participaram do projeto, foi de 18,25%.
De acordo com a Fátima, diretora da Livre Aprender, o projeto foi importante no sentido de “preparar o gestor para ser competente para liderar as temáticas e buscar autonomia”.
Para representantes da Raio de Sol, “o curso foi excepcional”. Elas acreditam que as capacitações contribuíram para que tivessem um entendimento abrangente da gestão da escola, chamando atenção para coisas que antes passavam batido e reforçando o desenvolvimento integral da organização.
Para as representantes do CHP, o projeto foi válido, principalmente por conta dos encontros coletivos: “encontros juntos são bons porque trocamos experiências, podemos ver que as outras escolas também têm as mesmas dificuldades”.
Para a escola Luz do Saber, o projeto “abriu portas para pensar em outras possibilidades, foi um incentivo, despertando ânimo das mudanças”. A escola, que foi uma das mais engajadas, afirma que o projeto se efetivou dentro da organização, pois passaram a buscar novas possibilidades para captação, divulgação e relacionamento com alunos e famílias.
O diretor do CEJA, por sua vez, afirmou ter achado o projeto “superinteressante e válido, mas com adaptações”.
- 12 encontros de capacitação
- 30 horas de capacitação
- 44 encontros de assessoria individual
- 88 horas de assessoria individual

Nova metodologia
Para buscar maior engajamento e resultados à longo prazo, haverá a adoção de uma metodologia complementar para 2020.
Além da estrutura de capacitações em rede e assessorias individuais que já ocorreu em 2019, haverá o engajamento de outros atores da sociedade civil, que tenham relação com a causa da pessoa com deficiência, tendo como referência a metodologia de impacto coletivo.
Considerando que um dos objetivos do projeto é gerar sustentabilidade, ou seja, garantir que as mudanças implementadas durante estes dois anos perdurem nas escolas, é importante envolver outros atores e criar uma rede que abarque não só as escolas estaduais especiais, mas também as secretarias de educação e assistência social, os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), as instituições filantrópicas que atendem pessoas com deficiência. Desta forma, também haverá maior intercâmbio entre as instituições, criando relacionamentos e trocas.
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